Este texto pode conter spoilers e prejudicar sua experiência, caso você não tenha lido o livro ou não esteja familiarizado com o enredo. Leia por sua conta e risco!
Título: O Livro Negro dos Segredos
Série: Tales from the Sinister City
Autora: F. E. Higgins
Editora: Galera Record
Nº de Páginas: 269
Sinopse:
Fugindo de um misterioso passado, um menino chamado Ludlow Fitch chega na calada da noite a um remoto vilarejo. O menino está prestes a descobrir que essa pacata vila pode oferecer tudo o que ele precisa: um lugar seguro para viver, amigos e um emprego, como assistente de um simpático e misterioso penhorista, Joe Zabbidou, que também chegou há pouco ali. A vila, chamada Pagus Parvus, esconde segredos que ninguém poderia imaginar... E o penhorista está disposto a pagar muito bem por eles.
Joe delega a Ludlow a tarefa de registrar as mais perturbadoras confissões dos aldeões em um velho volume encadernado em couro: O Livro Negro dos Segredos. Roubo de cadáveres, saques, assassinato. A população de Pagus Parvus tem muito a esconder. Embora Ludlow queira acreditar em seu novo mentor, o mistério que Joe insiste em fazer em volta do motivo desses registros e sua recusa a interferir nas histórias pessoais ouvidas durante as madrugadas só levanta mais supeitas no jovem aprendiz. Mas o que o enigmático penhorista não sabe é que, nesta cidade assombrada por seus próprios mistérios, quem guarda o segredo mais terrível de todos é o próprio Ludlow.
Resenha:
É com esse jeitão ocultista que o Livro Negro dos Segredos se apresenta nas mãos dos leitores, e foi justamente essa premissa sombria da obra que chamou minha atenção. Ambientado na Inglaterra em meados do século XIX, a autora soube usar grandes referências da época em sua obra. Desde paralelos à Sweeney Todd (O barbeiro assassino que fazia tortas de carne humana...) aos assassinos Burke e Hare (Serial killers reais, grandes fornecedores de cadáveres frescos para estudos científicos...), passando pela extremamente competente medicina e odontologia da época (só que não!), F. E. Higgins foi habilidosa ao montar o cenário de sua narrativa, criando aquele clima cinzento e pessimista muito próximo daquele que vemos em filmes como A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça.
Quanto aos personagens, é enfatizada a relação de Ludlow e Joe. O primeiro, um menino curioso acerca das atividades do misterioso penhorista. Seus capítulos são em primeira pessoa, o que passa aquele climão de memórias por terem sido bem escritos. Já Joe ocupa o lugar do mestre, acolhendo e instruindo o menino para... Bem , você vai ter que ler para saber!
Jeremiah Rachet, o ganancioso prefeito de Pagus Parvus, é o vilão da vez. Aqui temos o personagem clichê da história, então ponto negativo para o livro. Na minha opinião, sua personalidade poderia ter sido mais detalhada. Não que tenha sido um vilão incompetente, veja bem... Apenas foi um personagem comum, que não agregou nada além de seu papel como antagonista.
O livro é bonito, com uma capa estilosa e diagramação bem feita, apesar das letras grandes (que teriam deixado ele BEM mais fininho caso fossem, digamos, em tamanho normal...). Apesar de ser o primeiro de uma série, a editora não lançou nem pretende lançar as continuações, o que é uma tremenda mancada! A trama do livro se encerra, mas se quiser acompanhar outras aventuras de Joe e Ludlow, vai ter que recorrer ao inglês... Então gostaria de frisar outro ponto negativo.
Vale ressaltar, antes de concluir, que o livro é infanto juvenil. Ou seja, um cão disfarçado de lobo, por assim dizer. E isso se evidencia conforme a história avança, deixando o sombrio um pouco de lado e pendendo um pouco para o fantástico. Sinceramente, esgotei minha cota de livros infanto juvenis,
Apesar dos tropeços, a trama se manteve interessante e me cativou a continuar lendo até o fim. Recomendado!
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Poderia dar um bom filme de terror, caso não fosse infanto juvenil...
ResponderExcluirOlá, Thaís, obrigado pela leitura!
ExcluirCom certeza daria um bom filme! E devido ao fato de ser infanto juvenil, imagino que ficaria perfeito nas mãos de Tim Burton...
Não custa nada sonhar!