Esquadrão Suicida - Crítica



Quando anunciado, Esquadrão Suicida foi inesperado, pois a premissa básica é juntar um grupo de vilões para fazer missões duvidosas que os heróis normais não fariam, ou então um grupo backup para atender necessidades que esses mesmos heróis não poderiam caso estivessem ocupados fazendo algo muito importante como salvar o universo. Ousadia e coragem despertaram o interesse do público e crítica, tendo em vista o recente anúncio do Universo Cinematográfico DC. David Ayer, responsável pelo ótimo Corações de Ferro (Fury), levou a proposta para Warner com o intuito de escrever e dirigi-lo. Devido ao sucesso e boa recepção de seu último filme, teve a carta branca para seguir o projeto.


Com a escolha do diretor, as surpresas maiores vieram na escolha do elenco. Will Smith, um dos primeiros atores escolhidos para representar o Pistoleiro. Fãs torceram o nariz devido a etnia original do personagem, que é originalmente caucasiano e atores como Tom Hardy (inicialmente escalado para viver Rick Flag) pularam fora do projeto por causa da fama do Maluco no Pedaço nos bastidores (sendo conhecido por querer ter os maiores holofotes nele com cenas que o favorecem). Adicionado a ele, o longa teve vários talentos, como Margot Robbie (O Lobo de Wall Street) no papel de Arlequina, Cara Delavigne (Cidade de Papel), interpretando June Moon e seu alter ego, Magia. Joel Kinnaman (Robocop), assumindo o papel rejeitado por Hardy, Viola Davis (How To Get Away With  A Murder) como a imponente Amanda Waler, Adam Beach no papel de Amarra, Jay Hernandez (O Albergue) como o piromante El Diablo, Adewale Akinnuoye-Agbaje (Oz, Lost) como Crocodilo, Jay Cortney (Terminator Genesis) dando vida ao Capitão Bumerangue, Karen Fukuhara, como a mercenária Katana e o mais aguardado e polêmico dos vilões, o Coringa, ficou a cargo de Jared Leto.





Com esse elenco e direção o filme é garantido? Infelizmente nem tudo são flores. Há várias problemáticas dentro do filme, mas vamos ser justos e dizer que de longe, não é o pior filme baseado em quadrinhos. A apresentação dos personagens é ótima. Mostra como cada um foi parar na maior prisão para meta humanos existente, Belle Rave e é nessa parte que podemos salientar um dos maiores bonus que o filme traz. Sua excelente trilha sonora, que vai desde Animals a Queen, sempre bem colocada e agregando bastante às cenas. Participações de heróis que apareceram nos filmes são um fan service bem engajado nessa introdução. Entretanto não há muito sentido em um universo cheio de meta humanos e seres superpoderosos, vilões serem escolhidos para salvar o mundo. Waller consegue convencer o governo a liderar seu projeto para recrutar os piores vilões para missões extraordinárias, com propostas de abatimento em suas penas, liderados pelo tático Rick Flag, o grupo deve conter a ameaça de Magia que está fora de controle e pretende dominar o mundo (Original não?). Caso fujam ou não cumpram as ordens, serão explodidos com a bomba implantada em seus corpos.


Apesar de vários personagens interessantes, o foco maior é no  background de Arlequina, Pistoleiro, El Diablo e o relacionamento entre Flag e June Moon. Em se tratando de relacionamento, podemos salientar o de Coringa e Arlequina. Robbie está excelente como Arlequina, porém Leto não nos entrega o Coringa tão almejado, possivelmente por algum resguardo da Warner para os próximos filmes do Batman e conforme alegações dele em entrevistas, foram filmadas diversas cenas que não foram pra edição final do filme. Crocodilo, Capitão Bumerangue e Amarra, tem um potencial não totalmente aproveitado. Sobre todos, o Amarra. Os dois primeiros são importantes para a trama, mas servem mais como alívio cômico, outra característica bastante presente no filme, além das cenas de ação. Viola Davis como Amanda Waller é tão boa quanto Robbie como Arlequina. As duas tem a melhor performance.



Esquadrão Suicida não é o melhor filme de quadrinhos, mas as críticas ácidas não fazem jus ao que realmente é. Um filme de ação com os bandidos encarando uma vez na vida o papel dos mocinhos, com tiradas cômicas, mas sem aprofundamento nos conflitos morais sobre o mal que vêm para o bem e vice versa.  Vítima de sua presunção e de uma enorme expectativa depositada nele, com diversas falhas, é possível sim se agradar com a trama, mais pela oportunidade de ver personagens subestimados tornarem-se conhecidos e pelas performances dos atores, do que pela história que não convence.

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