Sobre Livros #6 - O Encantador de Flechas - Literatura fantástica nacional no Sintonia Cult!

Saudações, Aprendizes! Hoje com a resenha de um livro nacional, O Encantador de Flechas!



Este texto pode (e vai) conter spoilers, que podem (embora eu ache que não) estragar sua experiência, caso não tenha lido o livro ou esteja familiarizado com a história. Leia por sua conta e risco!


Título: O Encantador de Flechas #1
Série: Supernova
Autor: Renan Carvalho
Editora: Novas Páginas
Nº de páginas: 427

Sinopse:

Imersa em uma ditadura implacável, a isolada cidade de Acigam sofre com a ameaça de uma guerra civil. De um lado, a Guilda, um grupo que utiliza os ensinamentos da Ciência das Energias para exigir direitos para a população. Do outro, um governo tirano, resguardado por soldados especialistas em aniquilar magos - nome vulgar dado aos praticantes de tal ciência.

No meio deste conflito vive Leran, que, após ser tragado para a rebelião, tenta aprender mais sobre sua misteriosa habilidade de encantar objetos com a energia dos elementos.

Resenha:

O Encantador de Flechas chegou a mim através da indicação de uma amiga e confesso que, nas primeiras páginas, tive de empurrar a leitura com certo esforço. O início me apareceu pouco promissor, e mais de uma vez considerei a ideia de abandonar a leitura. Além do tom do livro não ser do meu agrado (falarei sobre isso adiante...), não engoli o personagem principal nem a narrativa arrastada dos primeiros capítulos.

Sério. Leran Yandel não me cativou. Um rapaz louro e avoado, terminando a escola e, ainda por cima, o melhor aluno da classe de arquearia. Soa como um personagem superficial saído de algum Final Fantasy (e isso NÃO é uma coisa boa, aprendizes). Uma página inteira descrevendo um café da manhã não ajudou a melhorar isso. Nos primeiros capítulos, devo dizer, muita linguiça foi enchida.

Mas a coisa melhora. Quando o conflito é estabelecido, a história ganha um novo ritmo. Isso significa menos café da manhã e mais ação. Conforme a trama avança, e a guerra civil  na cidade de Acigam muda aos poucos a vida dos personagens, conhecemos mais sobre a guilda de magos e a própria essência da magia, chamada no livro de "ciência das energias".

Então, pouco depois de duzentas páginas, vem o baque. Uma reviravolta que nem o leitor mais atento poderia prever, embora eu deva admitir que as pistas estavam lá, muito bem disfarçadas. Um plot twist desses tem o poder de transformar um livro ruim em um livro mediano. E foi o que aconteceu.

Deixamos Leran por um tempo, e o ponto de vista passa para Judra, interesse amoroso do protagonista, e a melhor personagem da trama.
Uma das melhores personagens que encontrei até hoje em um livro.
Construída sobre um arquétipo clichê (que não vou revelar qual, para não dar spoiler), mas muito bem trabalhada, Judra nos dá uma perspectiva diferente da história. Uma perspectiva muito melhor.
Não exagero quando digo que, como personagem, Judra é perfeita. Ponto para o autor.

E, como tudo o que é bom dura pouco, voltamos para Leran na última parte do livro.
Depois de um pequeno salto temporal, acompanhamos o desfecho da guerra civil de Acigam sob o ponto de vista de nosso arqueiro arcano. A história é bem amarrada na última parte, completando o arco sem deixar pontas soltas, e com um bom gancho para o próximo livro. Há uma nova reviravolta nos capítulos finais, mas não tão interessante quanto a primeira. 

Considerações finais:

No geral, o livro é razoável para bom. A trama é muito boa e bem trabalhada, sem furos. O maior problema para mim foi o tom. Na minha opinião, um obra que trata de uma sociedade distópica, à beira de uma guerra civil, repleta de desconfiança, traição, assassinato e tortura, deveria ter um tom mais pessimista. Mas sombrio.
Claro, é a MINHA opinião, e cem por cento das vezes o que é bom para mim pode não ser para você, e vice versa. Claramente o livro espera atingir o público adolescente, o que faz todo o sentido.

O segundo livro, A Estrela dos Mortos,  já foi publicado e está disponível nas livrarias. O terceiro tem previsão para 2017. Não estou ansioso pela continuação, mas sim curioso. Quem sabe o que o futuro nos reserva?

E sim, daqui há alguns anos quando meu filho for adolescente, recomendarei a ele o livro com o maior prazer!

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