Inspirado no livro escrito por Stieg Larsson, "Os Homens Que Não Amavam as Mulheres" (Män som hatar kvinnor, no original), recebeu duas versões cinematográficas, uma sueca e outra norte-americana. As duas versões - excelentes a sua própria maneira - e fiéis ao mesmo enredo, possuem diferenças tanto no roteiro quanto no quesito aparência dos atores - a comparação visual entre Michael Nyqvist e Daniel Craig como Mikael Blomkvist chama a atenção.
Os comentários e sinopse abaixo referem-se à versão sueca, produzida em 2009 por Niels Arden Oplev e ganhadora do British Academy Film Awards na categoria Melhor filme em língua não inglesa. Millennium possui ainda dois filmes sequência, “A Menina que Brincava com Fogo” (No original “Flickan som lekte med elden”) e “A Rainha do Castelo de Ar” (Luftslottet som sprängdes), ambas produções suecas baseadas nos livros de mesmo nome, com apenas o produtor tendo mudado de Oplev para Daniel Alfredson.
Somos apresentados logo de início aos três personagens principais do filme: o jornalista investigativo Mikael Blomkvist, membro da revista Millennium; o magnata Henrik Vanger, líder de um império industrial; e por fim, Lisbeth Salander, uma investigadora particular, sob tutela do estado.
Este texto pode conter spoilers e prejudicar sua experiência. Caso ainda não tenha assistido ou esteja familiarizado com o filme / livro. Leia por sua conta em risco.
Há 36 anos, durante um encontro de família, Harriet Vanger teria desaparecido sem deixar pistas. Desde então, todos os anos, na data de seu aniversário, seu tio Henrik Vanger recebe um quadro com uma flor, exatamente como os que Harriet lhe presenteava.
Convencido que Harriet foi assassinada e decidido a descobrir quem é o culpado, ele contrata uma empresa de investigações particular para determinar se Blomkvist é digno de ajudá-lo nessa busca, tendo como suspeitos todos os membros de sua família - até mesmo o pai de Harriet é considerado um potencial assassino.
Após a publicação de um artigo na revista Millennium, acusando o executivo Wennerstrom de corrupção, Mikael Blomkvist foi indiciado e considerado culpado de difamação. Os documentos e entrevistas que comprovariam sua inocência desapareceram e ele percebe, tarde demais, que fora vítima de uma armadilha que pode acabar com sua carreira.
Lisbeth foi considerada há muitos anos incapaz pelo estado e está em meio à troca de seu tutor legal, um homem que usa sua autoridade para cometer abusos com ela. Excelente hacker, trabalha atualmente em uma empresa de investigação privada, ela é contratada para averiguar Blomkvist à pedido do magnata Henrik Vanger.
Isolado e sem perspectivas depois do escândalo, Mikael recebe a proposta de Vanger como uma escapatória para o momento em que está vivendo. No início de suas investigações Blomkvist encontra um caderno com uma lista de nomes e números deixados por Harriet. É a primeira pista real sobre o que poderia ter ocorrido com ela.
Lisbeth, tendo que resolver seus problemas de tutela e os constantes abusos do seu guardião legal, segue monitorando as atividades de Mikael como passatempo. Ao perceber que ele não consegue relacionar os nomes e números das anotações de Harriet, decide intervir em sua investigação, fornecendo a ele a resposta que procurava.
Juntos, eles avançam em busca de respostas, respostas essas que revelam-se mais perturbadoras que o esperado.
Tanto roteiro como atores procuram nos cativar quanto ao drama pessoal que cada personagem está vivendo. Henrik, sofrendo há mais de 30 anos com o desaparecimento da sobrinha favorita e, de acordo com ele, única criança inocente que aquela família teria gerado. Mikael, com uma vida atribulada e diante da perda de sua credibilidade e do único objeto que realmente ama, a Revista Millenium. Lisbeth, que luta com todas as fibras de seu ser para impor sua independência, apesar do que sua aparência e estado digam.
A busca pelo assassino de Harriet nos conduz pelas paisagens da Suécia e à segredos familiares bem guardados que incluem membros do partido nazista, assassinatos e estupros. A própria Lisbeth se vê em algumas situações que chocam ao público desavisado, como os encontros que ela vive com o tutor Nils E. Bjurman.
Millennium é um filme fantástico, com história envolvente e cenas impactantes, todas intrincadas em uma série de mistérios e dramas. Contudo, vale o aviso, tanto ele como suas sequências não são filmes leves, ou seja, esteja preparado para sofrer e lutar junto com Mikael e Lisbeth por sua sobrevivência.
Curiosidades sobre os personagens:
Lisbeth é inspirada em uma moça que Larsson conheceu na adolescência. Larsson testemunhou o estupro coletivo de uma jovem quando ele tinha 15 anos, cujo nome era Lisbeth. O fato da personagem principal de seus livros ter o mesmo nome é a forma como o autor encontrou para homenageá-la.
Assim como Blomkvist, Larsson era jornalista e ativista político, envolvido na luta pelos direitos humanos. A revista Expo, fundada por ele, foi dedicada à denúncia de organizações neofascistas e racistas.
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Olá, Michelle, ótimo post, parabéns!
ResponderExcluirAssisti apenas a versão americana, que infelizmente não tem as continuações...
Mas fiquei super curioso para conferir a versão original. Valeu pela dica!
Adorei o texto. Tenho os três livros e assisti a versão americana baseada no primeiro livro e os três filmes suecos. Todos brilhantes e fieis aos livros. São os favoritos e queridinhos da minha estante.
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