Sobre Livros #10: 1356

Saudações, aprendizes! Com vocês a resenha do livro 1356, de Bernard Cornwell!

Capa da edição brasileira pela editora Record

Este post pode conter spoilers e comprometer sua experiência, caso não tenha lido ou livro ou não esteja familiarizado com a trama ou com a história medieval europeia. Leia por sua conta e risco.

Livro: 1356

Autor: Bernard Cornwell

Editora: Record

Nº de páginas: 420

Sinopse: 1356 foi um dos anos mais terríveis e intensos da idade média. Menos de uma década depois de a peste negra devastar a Europa, todos os grandes reinos enfrentam conflitos dentro e fora de suas fronteiras. E o maior deles é sem dúvidas a Guerra dos Cem Anos, que está em seu momento mais delicado, com a tensão entre Inglaterra e França atingindo um ponto insustentável. É esse o cenário da nova aventura de Thomas de Hookton, o arqueiro inglês tornado cavaleiro, dez anos após de sua incansável busca pelo Graal.

Em meio ao caos dos campos de batalha e aos sussurros dos jogos de poder nos salões reais, uma disputa menor, porém com o mais grandioso objetivo, é travada entre ingleses e franceses: uma corrida contra o tempo pela posse de La Malice, a espda que São Pedro utilizou para defender Cristo dos soldados romanos no Monte das Oliveiras. Ao longo dos séculos, a espada mudou de dono até ser esquecida em um refúgio oculto. Sua lenda, no entanto, voltou à vida, assim como o desejo de vários homens de possuí-la, e a arma irá cruzar o caminho de Thomas.

Sob as ordens de seus senhor, o arqueiro precisa percorrer cidades e estradas para localizar o paradeiro da espada e evitar que ela caia nas mãos dos franceses, que a usariam para motivar as tropas à vitória. Sua missão atrai poderosos inimigos, como influentes bispos do círculo papal e ricos e implacáveis senhores da guerra, e culmina em um dos episódios mais importantes e celebrados da história militar da idade média: a Batalha de Poitiers. Esse confronto pode traçar o destino do conflito, e Thomas não tem escolha a não ser lutar por aquilo que preza e acredita - ou então ver tudo ruir.

Resenha: Ambientado numa das mais importantes batalhas da idade média, 1356 nos mostra porque Bernard Cornwell (série As Crônicas Saxônicas; trilogia A Busca do Graal) é um dos maiores nomes quando o assunto é ficção histórica, mesclando alguns personagens e situações fictícias a eventos históricos reais com uma maestria que apenas um grande pesquisador poderia apresentar.

Nesta aventura acompanhamos Thomas de Hookton, o já conhecido (ou não) personagem da trilogia A Busca do Graal. No entanto, eu gostaria de salientar que NÃO é necessária a leitura da trilogia para que se possa aproveitar 1356: a trama do livro possui começo, meio e fim bem definidos. Sendo assim, se você ainda não conhece o autor, minha sugestão é que comece por este livro, que é único, curto e direto. Caso goste, poderá adentrar nas séries...

Continuando ao enredo, Thomas é um arqueiro comandante da própria tropa mercenária, que vaga pela França enfrentando os inimigos da Inglaterra, quando é incumbido da tarefa de encontrar a espada que supostamente teria sido usada por São Pedro para defender Jesus Cristo dos soldados romanos. Tal espada possuiria imenso poder, e quem a encontrasse teria o apoio de Deus no campo de batalha, aumentando assim o moral de suas tropas.

Um bispo ganancioso com a pretensão de se tornar papa e um senhor escocês buscando vingança serão seus maiores obstáculos, como se encontrar uma relíquia perdida (e que pode nem sequer existir) não fosse problema o suficiente. Conrwell nos conduz bem no decorrer da trama, até o ponto alto do livro: A batalha em si.

Como de costume nos livros do autor, as cenas de batalha são como personagens, de tão trabalhadas e detalhadas. A Batalha de Poitiers, evento real da história europeia ocorrida no ano de (dããã) 1356, é de longe a parte mais extraordinária do livro. É o clímax no qual se envolvem a grande maioria dos personagens. Embora nem todos do mesmo lado, conhecemos as razões e motivações de cada um. Ponto positivo para o autor, por criar uma atmosfera imersiva tão arrebatadora.

A Batalha de Poitiers - Por Eugène Delacroix (1798 - 1863)

Com a conclusão do livro, temos um capítulo em anexo com a nota histórica. VALE A PENA dar uma lida. Ali o autor nos mostra suas pesquisas e o quanto ele se baseou na história real para criar sua trama. 

Resumindo, 1356 é um livro para diversos gostos, mas principalmente para quem é fã de batalhas medievais com tudo o que tem direito: cavaleiros, arqueiros, lanceiros e paredes de escudos... Não é literatura fantástica e passa longe da jornada do herói (SIM, existe vida fora dessa fórmula!). Altamente recomendado!

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